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Alheia a tudo... ou talvez não!

Blogue da Bruxa Mimi. Marido: Gato Rogério. Filhos: "Vassoura", "Varinha", "Feitiço" e "Magia" (17, 15, 14 e 6 anos).

30.04.17

Mês de Maria


Bruxa Mimi

O Rogério tem, há muito tempo, um livrinho intitulado "Mês de Maria". Todos os meses de maio nós lemos diariamente um dos 31 textos deste livro (se falharmos um dia, lemos dois textos no dia seguinte). O livro (na sua 3.ª edição) foi publicado em 1979, em Braga. É possível que exista uma versão (ou muitas!) mais atualizada, que facilmente se consiga encontrar. Não sei. O que eu sei é que este livro é para mim de uma grande riqueza e que me proponho partilhá-lo convosco, um texto por dia. Não tenho qualquer intenção de piratear o livro, que, de qualquer maneira, tal como está, já não deve existir à venda! Hão de reparar no estilo de linguagem e concordar comigo! :-)


Hoje, véspera de começar o mês de maio, mês de Maria, transcrevo o conteúdo da parte de dentro da capa.

 

MÊS DE MARIA

NO PRINCÍPIO

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 

Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam. [Convém começar pela reza do Terço]. 

Ó Maria, ao vosso Coração de Mãe, venho buscar força, luz, pureza, amor e paz! Entrego-me ao vosso poder, confio na vossa sabedoria, abandono-me à vossa misericórdia. Mãe de Deus, podeis socorrer-me. Vós sabeis quanto preciso de vós. Descanso na bondade do vosso Doloroso e Imaculado Coração. Ajudai-me a assistir com devoção ao Mês de Maria para tirar fruto para a minha alma. Santa Maria, Virgem Mãe de Deus, intercedei por mim. Amém.

 

NO FIM

Ó Senhora minha, ó minha Mãe, eu me ofereço todo a Vós e, em prova da minha devoção para convosco, vos consagro os meus olhos, os meus ouvidos, a minha boca, o meu coração e inteiramente todo o meu ser. E, porque assim sou vosso, ó incomparável Mãe, guardai-me e defendei-me como coisa e propriedade vossa. 

Lembrai-vos que vos pertenço, terna Mãe, Senhora nossa. Ah, guardai-me e defendei-me como coisa própria vossa! 

Ave-Maria... Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós. 

Ave-Maria... Imaculada Rainha da Paz, rogai por nós.Ave-Maria... Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós. 

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo, para sempre louvado e Sua Mãe Maria Santíssima.

 

Nota: Ao longo do livro, há muito vocabulário que certamente (como a mim) vos parecerá estranho, por não ser comum escutá-lo nos dias de hoje. Eu não vou alterar esse vocabulário. Estou a pensar apenas alterar a grafia de algumas palavras, se me parecer que ajudará na leitura e compreensão.

 

Nota: Estes posts sobre o Mês de Maria foram escritos com antecedência (bem, os primeiros foram de certeza, porque já estão prontos, sobre os outros não me posso ainda pronunciar) e agendados para os dias a que "pertencem", sempre às 07:00 horas.

28.04.17

Promessas, promessas...


Bruxa Mimi

Filhote Pato,

Matilde,

Olívia,

 

... onde estão os prometidos comentários?

 

 

(Não é muito justo pôr a Olívia no mesmo saco que a Filhote Pato e a Matilde, uma vez que ainda hoje li que está numa fase em que o tempo escasseia e vai espaçar a escrita no seu blogue.

Desculpa, Olívia! Só não retiro o teu nome porque me lembro do que escreveste a propósito da minha mudança para o bairro dos blogues do Sapo.)

27.04.17

How I met your father - Episode 1


Bruxa Mimi

Kids,

 

No, I'm not going to tell this story in English! I just felt like beginning it in English. Posto isto, vamos lá!

 

A história começa muito antes de eu conhecer o vosso pai (aka Gato Rogério).

 

Desde pequena que soube que queria casar e ter filhos. Também queria ser professora primária (como se chamava na altura às professoras do atual 1.º Ciclo do Ensino Básico) e/ou bailarina, mas esposa e mãe... era uma certeza.

 

Eu fui crescendo e mantendo a minha timidez (na verdade, ainda sou tímida, em determinadas circunstâncias), especialmente junto a rapazes. Ter andado numa escola só para raparigas, do 5.º ao 10.º ano, não ajudou (ou ajudou, depende do ponto de vista)! 

 

Os poucos rapazes com que contactei durante o tempo em que só tinha colegas (e amigas) raparigas eram amigos dos meus irmãos, mas eu mais fugia deles quando muito ocasionalmente iam lá a casa do que tentava conhecê-los. Nem cheguei a ter "um fraquinho" por nenhum deles!

 

Aos dezasseis anos mudei de escola e fui para o liceu (escola secundária) ao pé de casa. Tive colegas rapazes, mas numa proporção pouco intimidante: havia apenas quatro rapazes, numa turma de aproximadamente trinta alunos. Um destes alunos pareceu-me familiar, pelo nome e pelo aspeto: vim a confirmar que tinha sido meu colega na escola primária, mas não fiquei mais próxima dele por causa disso.

 

O meu primeiro amor "a sério", de gostar mesmo muito e de sonhar acordada com um futuro a dois, surgiu nesta altura. Mas antes, tive uma experiência sui generis, que convém contar... noutro episódio.

 

Episode 2

25.04.17

E esta, hein? Eu não estou vacinada!


Bruxa Mimi

Desde que me lembro que vou ao Centro de Saúde na altura prevista para levar as vacinas. Em pequena ia com a minha mãe, em adolescente já ia sozinha (mas era a minha mãe que me alertava que era altura de o fazer), em adulta continuei a ir quando era suposto. Tenho, portanto, a consciência tranquila relativamente à questão da vacinação. Era para tomar? Tomei. Era para voltar dali a dez anos? Voltei. TENHO, por isso, AS VACINAS EM DIA. Que o digam e confirmem os muitos enfermeiros que viram o meu registo de vacinações ao longo dos anos!

 

A propósito do atual surto do sarampo, o Rogério descobriu que a vacina começou a fazer parte do Plano Nacional de Vacinação (PNV) em 1974. Como ele nasceu em 1968, ficou na dúvida se estaria ou não vacinado contra o sarampo. Eu, ao ouvir a data, fiquei descansada, pois nasci em 1973 e no ano em que a vacina foi introduzida no PNV eu estava abrangida. Conferir aqui:

A vacinação contra o sarampo iniciou-se em Portugal com a VAS, em 1973, com uma campanha dirigida a crianças até aos 5 anos de idade. Em 1974 a vacina foi incluída no PNV, administrando-se uma só dose aos 12-15 meses. Em 1987 foi introduzido no PNV a vacinação contra a parotidite (papeira) e a rubéola, sendo estas duas vacinas administradas em combinação com a vacina do sarampo numa vacina trivalente, a VASPR. A VASPR era administrada numa dose única, aos 15 meses, e a vacina VAS passou a ser usada só em condições especiais em que é necessária imunização isolada contra o sarampo, como por exemplo em crianças com menos de 12 meses em caso de epidemia. Nestes casos mantém-se a recomendação habitual de administração da VASPR aos 15 meses.

O PNV de 1990 introduziu uma 2ª dose de VASPR, a ser administrada aos 11-13 anos (para uma discussão teórica, ver ref 21). Em 1999 a CTV reviu o PNV e diminuiu a idade da 2ª dose para 5-6 anos, com o objectivo de conseguir maior cobertura vacinal.

(informação retirada de http://webpages.fc.ul.pt/~mcgomes/vacinacao/VASPR/index.html)

O Rogério viu no seu boletim individual de saúde (ele ainda tem o original) que não havia sequer uma divisória para registo de vacina contra o sarampo, mas, na divisória "outras vacinações" está lá, com data de 1973, uma vacina idetificada com "S". Ora, "S" é a letra com que o sarampo é identificado nas vacinas (ver transcrição acima). Parece, portanto, e afinal, que o Rogério está (ou foi) vacinado contra o sarampo.

 

Eu também fui ver o meu boletim individual de saúde (não tenho o original, que perdi, mas no Centro de Saúde a que pertencia em criança e adolescente tinham o registo de todas as vacinas que eu tinha levado, e preencheram uma 2.ª via, com carimbos a dizer "transcrição"). E o que foi que eu descobri? Que, tendo recebido vacinas em 1973 e nos anos seguintes, não recebi a VAS, nem, mais tarde, a VASPR. Em 1987, recebi a VAR, que é a vacina contra a rubéola, mas contra o sarampo... nada.

 

Agora pergunto: Como foi que não recebi esta vacina, se:

  1. A minha mãe me levou "às vacinas" quando era pequena e a vacina já fazia parte do PNV;
  2. Os enfermeiros, ao longo dos anos, me trataram sempre como tendo todas as vacinas em dia;
  3. Nenhum médico me disse, me avisou, me alertou, para o facto de que faltava ser vacinada contra o sarampo?

Não percebo e não sei o que fazer, para além de manter a calma.

 

Entretanto, li mais um pouco sobre o assunto e percebi que é suposto os adultos com mais de 40 anos (o meu caso) terem tido sarampo em criança, pelo que estão "vacinados" com a própria experiência da doença (normalmente benigna). Mas quem é que pode garantir que eu, em particular, tive sarampo? Eu não me lembro e a minha mãe também não (nós somos sete irmãos e ela não faz ideia quem teve o quê - não tinha nenhum blogue para registar estas efemérides, nem tempo para as registar noutro local).

 

Parece que se pode fazer um teste seriológico para saber se se tem anticorpos. Eu até fazia, para tirar todas as dúvidas, mas estando grávida... não convém.

23.04.17

Preparativos para o nascimento da Magia


Bruxa Mimi

Para além da preparação física recomendada pela médica (andar, andar...), há outros preparativos necessários para a vinda da Magia, claro. A maior parte já está tratada, mas eu não seria eu se não tivesse alguns ainda pendentes.

 

Ontem fomos às compras e a checklist que eu tinha (relativa a artigos em falta) ficou toda "arrumada".

 

Também ontem o Rogério montou no nosso quarto a cama de grades, onde a Magia vai dormir desde o início. É claro que a cama é enorme para uma bebé recém nascida, mas eu só utilizo uma ponta da cama, além de reduzir o espaço com barreiras laterais (toalhas turcas enroladas e postas por baixo do lençol de baixo - tudo em absoluta segurança). Nós temos uma alcofa sobre rodas que também vai ser utilizada, mas só durante o dia.

 

Quando nasceu a Vassoura, a alcofa era a única cama ao serviço da bebé, e cabia ao lado da cama de casal, mas sempre que a meio da noite tinha de a colocar ou tirar da alcofa, o facto de ela abanar por estar sobre rodas incomodava-me (ocorreu-me agora que nunca me ocorreu, na altura, travar as rodas quando colocava a alcofa ao lado da minha cama - mente brilhante, sem dúvida!). Não me lembro lá muito bem se a Varinha dormia na alcofa à noite, ao início, ou se também só a utilizava durante o dia. No caso do Feitiço, a noite era sempre na cama de grades e a alcofa tinha apenas utilização diurna. Como funcionou lindamente, em termos logísticos, é esta receita que vou seguir desta vez!

 

As malas estão praticamente prontas. Na minha já só faltam as coisas que irei colocar "em cima do acontecimento" (como o carregador do telemóvel, pois só tenho um). Na verdade, ainda tenho de guardar na minha mala alguns dos artigos que ontem comprei e não sei se não vou trocar uma das camisas de noite por uma mais fresca... Na mala da Magia, uma vez que ela, de momento, tem tudo o que precisa in utero, não há razão para não estar já tudo colocado - de facto, só falta guardar o que ontem comprei e que antes não tinha.

 

Ainda não arranjei as prendas para a Magia oferecer aos irmãos por ocasião do seu nascimento. Tenho de ver isso com o Gato - já tive uma ideia útil, prática, agradável para os destinatários e nada volumosa...

 

Fisicamente, para além da questão de ter de andar, andar, andar, ..., sei que me convém preparar os mamilos para o suplício inicial da amamentação, com a óbvia intenção de o reduzir. Para isso, e seguindo o conselho de uma amiga que é doula (para além de mãe de quatro crianças), comprei óleo de amêndoas doces. A instrução é simples: coloco o óleo nos dedos e rolo os dedos nos mamilos. Ainda não experimentei, mas de hoje não passa!

20.04.17

Era uma vez... um post sobre vacinação


Bruxa Mimi

Há muitos anos, era normal ter muitos, muitos, filhos, dos quais alguns morriam logo na primeira infância. Todos sabemos (ou talvez nem todos, atendendo a algumas modas que correm por aí) que a mortalidade infantil era muito elevada. As causas da morte eram variadas, como hoje são. Mas algumas dessas causas eram doenças que facilmente se espalhavam, por serem muito contagiosas. Nem toda a gente que apanhava essas doenças morria, felizmente (também houve quem escapasse à morte após ter contraído a peste negra, no século XIV, apesar desta ter reduzido drasticamente o número de habitantes do nosso país), mas muita gente morria e não havia nada que se pudesse fazer. Os organismos não estavam preparados para reagir a estas doenças, sendo vencidos por elas.

 

Entretanto, foram desenvolvidas umas "coisinhas" chamadas vacinas. Basicamente, consistem em dar uma dose mínima, controlada, do agente causador da doença, em corpos saudáveis, que, saudáveis como são, reagem e "dão cabo" do tal agente. Mas não só. Os corpos ficam igualmente preparados para reagir e "dar cabo" do exército de agentes, se, mais tarde, estiverem em contacto com a doença.

 

Graças às vacinas, o sarampo, por exemplo, foi erradicado de alguns países, como, deixa cá ver... o nosso. 

 

Mas, incrivelmente, para algumas pessoas (eu li isto em comentários, em vários sítios), se agora há casos de sarampo, os culpados são as pessoas vacinadas, porque "transmitem a doença". Algumas dessas pessoas acham também que as vacinas são um negócio altamente lucrativo, que enriquecem a indústria farmacêutica, "à custa" dos "otários" que "engolem as histórias todas, sem pensar", e que vacinam os seus filhos. Nestes "otários" me incluo (com a salvaguarda que não me considero otária)!

 

Relativamente a esta hipótese de enriquecimento da indústria farmacêutica graças às vacinas com décadas de aplicação e resultados inquestionáveis, como as que fazem parte do Plano Nacional de Vacinação (PNV), o meu comentário é o seguinte:

 

- E se for verdade? Se realmente enriquecerem (enriqueceram) à custa do desenvolvimento destas vacinas, é (foi) merecido! Pois muitas vidas se salvaram (e salvam) graças a elas! 

 

Mas nem sequer acredito que sejam as vacinas do PNV (o nosso e o de outros países) a dar grandes lucros, porque são produzidas e distribuídas em larga escala, há muito tempo. Nesse aspeto será realmente como noutros negócios: o que é novidade, paga-se bem, o que é comum, fica mais em conta. Por isso é que as vacinas que estão fora do PNV se pagam, e bem.

 

Para terminar, partilho um pensamento que diz respeito à política, sim, à política! Eu, que de política percebo perto de nada... Sempre que muda o governo, uma das coisas que se nota (aqui estou a pensar mais no campo da educação, que é o que conheço melhor, mas desconfio que acontece em todos os ministérios) é que querem fazer mudanças, como se manter o que os anteriores ocupantes do lugar estabeleceram fosse "não fazer nada".

 

Alguém me pode dar um exemplo de uma equipa do Ministério da Saúde que tenha decidido retirar alguma vacina do PNV, para ser diferente? Que tenha decidido que vacinar era uma grande asneira? Que tenha recomendado que não se vacinem as crianças? Ou, pelo contrário, se há coisa que se tem mantido, e vindo a incluir novas vacinas, à medida que passam as várias fases de estudo/investigação, é o PNV? Por que será?

 

Porque, ideologias aparte, as equipas dos vários governos não vão brincar com o que é sério, e as vacinas que fazem parte do PNV já deram mais do que provas da sua utilidade, em termos de saúde individual e coletiva.

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