Tantos... Mas se é mesmo preciso escolher, vou selecionar um que só li porque a Matilde insistiu e garantiu que eu iria gostar, apesar de eu, à partida, estar convencida que não gostaria, devido "ao tema".
O tema era bruxos e feitiçarias, genericamente falando. Acabei de escrever isto e pensei que quem me lê deve pensar que eu não sou muito coerente, já que assino "Bruxa Mimi"... Acontece que eu li o livro em 2003, e comecei o blogue em 2013. Além de os eventos não estarem relacionados, o meu pseudónimo deve-se a uma bruxa de livros para crianças mais novas (como expliquei aqui).
Voltando ao post da gratidão, estou verdadeiramente grata à Matilde por ter insistido que eu lesse o primeiro livro da coleção HP: "Harry Potter and the Philosopher's Stone" ("Harry Potter e a Pedra Filosofal" - escrevi em inglês porque foi na língua original que li todos os HP). Ela sabia que eu, após ter lido o primeiro (aliás, após ter lido apenas algumas páginas do primeiro...) não precisaria de encorajamento para ler os restantes livros. Estávamos, como escrevi anteriormente, em 2003, e a dias de sair o quinto livro. Ora, sempre que estava prestes a sair um novo HP, a Matilde relia os anteriores, por ordem. Eu, que estava a estrear-me no mundo HP, devorei o primeiro, o segundo, o terceiro, o quarto e depois tive de esperar que a Matilde terminasse o quinto, para o poder ler. Ainda me lembro da Matilde me dizer: "Então, não ias gostar, não era?", com ar de gozo... Bem, relativamente ao sexto e ao sétimo, comprei-os quando saíram, não fiquei à espera que mos emprestassem...
Quando reli a coleção, mais uma vez pedi emprestados os cinco primeiros livros, desta vez à Mafalda. Um dia ainda vou corrigir esta falha, porque acredito sinceramente que vou reler toda a coleção mais umas tantas vezes ao longo da vida. In English. Já li bocadinhos em português (a Vassoura tem a coleção traduzida) e há algo que se perde sempre na tradução, mesmo que esta esteja bem feita. Quando se pode dispensar a tradução, há que aproveitar!
Não é um feito só meu, se calhar não é sequer um feito maioritariamente meu, mas é um feito que sinto muito como meu. Por isso, cá vai:
Sinto orgulho na forma como os meus filhos todos se adaptaram à creche e, mais tarde, ao Jardim de Infância. Como continuaram na mesma escola, a passagem para o 1.º Ciclo e para os Ciclos seguintes (a Vassoura, que é a mais velha, está no 9.º ano) não "conta", digamos assim, neste feito, pois há um grande papel da Escola nas várias passagens (do 2.º para o 3.º Ciclo nem há qualquer necessidade de passagem especial, só mudam algumas disciplinas!).
Como professora, já testemunhei comportamentos de mães/pais/E.E. que em nada ajudaram a adaptação dos filhos ao 1.º Ciclo (que é o nível de ensino onde trabalho há mais de 20 anos).
Também testemunhei em colegas professores (vou assumir: em colegas professoras apenas), que ao longo dos anos foram tendo filhos que entraram para a escola (creche e/ou J.I.), comportamentos que - na minha opinião, claro - tinham efeito negativo na adaptação das crianças.
Um desses comportamentos (se calhar o que mais vezes testemunhei) era o de não levarem as crianças todos os dias à escola. Como tinham alguém (normalmente uma avó, ou uma empregada) disponível para ficar com a(s) criança(s - tive várias colegas com gémeos) e, quando a criança ia à escola, ficava a chorar, optavam por deixar a criança em casa. Helloooo! Quanto mais vezes fizerem isso, mais vezes a criança vai chorar, para mais vezes ficar em casa! As crianças raramente deixam passar uma oportunidade de "controlar" o que lhes acontece...
Outro comportamento (de que só me lembro uma colega ter tido, sou honesta) tinha a ver com a comida. A criança, de três anos, recusava comer na escola (J.I.). O que é que a mãe fazia? Saía da escola do 1.º ciclo, onde trabalhava, ia a correr buscar a criança, levava-a a casa, dava-lhe almoço (e almoçava também, claro) e, no caminho de regresso à nossa escola, para as aulas da tarde, deixava a filha na escola dela. Esta colega queixava-se da canseira que era aquela correria à hora de almoço. Já não me lembro bem quanto tempo durou a canseira, mas não foi uma coisa de dias, foi de semanas ou meses! Nós (o "nós" era constituído por professoras com filhos crescidos, uma professora com filhos pequenos e uma professora sem filhos, mas com vários sobrinhos e longa experiência como babysitter - eu) dizíamos-lhe para explicar à filha que não poderia continuar a ir buscá-la. Ela respondia que não podia deixar a filha sem comer. Nós retorquíamos que a filha não iria ficar sem comer, primeiro, porque havia refeições que comia em casa, e, segundo, porque a filha não era parva e, se percebesse que não adiantava não comer (isto é, que não conseguiria que a mãe fizesse o que ela queria através da fita na escola), ela passaria a comer na escola. Quando a mãe finalmente se convenceu que era o melhor que tinha a fazer (porque aquela correria estava a deixá-la exausta e stressadíssima), a questão ficou resolvida em dois ou três dias.
Este tipo de comportamento parental, em que deixamos que a criança decida (porque é disso que se trata!) o que não lhe compete a ela decidir, só vai dificultar a vida aos envolvidos: criança, pais e educadores/professores.
Atenção que todo este discurso se aplica a contextos em que não há problema do lado da escola, isto é, em que a criança é bem tratada, apenas está a ter alguma dificuldade em aceitar a nova realidade. Conheço um caso, de há uns anos, em que era suposto a criança, no fim da licença parental inicial da mãe, ir para uma ama, que morava perto da casa dos pais, já não me lembro se por recomendação de algum conhecido. Se não me falha a memória, no primeiro dia em que a mãe levou a criança, para lá ficar um bocadinho, foi incapaz, pelo que viu, de deixar lá o filho. Reparem que não apareceu sem avisar: apesar disso, a casa estava visivelmente suja e com poucas condições. Contou-me a mãe, a propósito do que viu, que tinha decidido, ali, na hora, que preferiria mandar o filho para longe, para casa da mãe dela (noutro país!) do que ter de o deixar naquela casa, com aquela ama. A situação acabou por terminar bem, porque a criança foi para uma creche (com J.I.) e passou lá os anos todos até entrar para o 1.º ano de escolaridade. E não era esquisitice da mãe, pois deixou sem problemas o filho na creche, desde o início, e ele teve uma ótima (e rápida) adaptação.
Para terminar, uma nota: há crianças que só choram porque os pais (sobretudo as mães) precisam que eles chorem. Por ridículo que possa parecer, é verdade. As mães ficam à espera e não se vão logo embora, na expectativa de confirmar que o/a filho/a gosta muito dela, e por isso é que chora. Uma curiosidade a propósito disto: dizem as educadoras e auxiliares da escola da Magia que nunca houve tão pouco choro nos grupos dos 3 anos... Pudera, os pais são obrigados a entregar as crianças à porta do corredor e a irem-se logo embora!!! Sem público, os miúdos vão chorar para quê?
Dias 9 e 10 (junto-os porque sim, porque eu é que decido!) A minha parte preferida na minha casa Algo em que encontro conforto
A parte de casa de que mais gosto é onde encontro mais conforto: a minha cama. Só de pensar nisso, ai, que tentação - a minha cama está mesmo atrás de mim...
Resiste, Mimi, resiste, que tens muito que fazer e já andaste a perder muito tempo, em especial noutros dias... (jogos de cartas no computador, uns atrás dos outros, leitura prolongada de posts meus, antigos, enfim... - eu sou especialista em perder tempo!)
A Magia passou bem a noite, acordou bem-disposta, com apetite, sem febre (longe disso, até!) e, em casa, dizia animada, a cantarolar: "Eu vou à escola!".
Contou-me o Gato Rogério, que é quem os leva, que, desta vez, ao aproximar-se a auxiliar do acolhimento, a Magia se virou para ele, disse:
A Magia ontem teve febre, e hoje ficou em casa. Não voltou a ter temperatura que "qualifique" como febril, mas esteve mais "quentinha" do que o habitual. Veremos como passa a noite e como acorda...
Ela está constipada e penso que seja daí que vem a subida de temperatura: há lutas internas!
A Magia tem uma bexiga resistente (já falei aqui da sua super-bexiga), mas de manhã tem de fazer o "xixi grande da noite" - tem de ser!
Hoje, esteve imenso tempo sentada no bacio e não fez nada. Quando a levantámos, para poderem sair de casa e os irmãos não chegarem atrasados às aulas, chorou, dizendo que precisava de fazer. Voltei a sentá-la. não fez. Tirei-a do bacio, e ela foi com o Rogério para ao pé da entrada. Enquanto os irmãos se calçavam (temos os sapatos de lado de fora de casa), a Magia voltou a dizer que queria fazer. Levei-a para a casa de banho e sentei-a. Não fez nada. Tive de a levantar e levar a chorar para a entrada.
Aguentou a viagem de carro até à escola. O Rogério avisou a auxiliar que ela não tinha feito xixi desde que se levantara, mas ela (a Magia) não pediu para ir à casa de banho. Acredito que tenha pedido passado um pouco...
Conclusão a que cheguei: o raciocínio da Magia deve ter sido algo do género "Se não fizer xixi, não posso sair de casa (desde que usa cuecas, acabou sempre por fazer antes de sair); se não sair de casa, não vou para a escola!"
Esta ideia de a Magia não querer ir para a escola não é preocupante, é normal. Não é aversão à escola, nem infelicidade ao estar lá, é simplesmente querer ficar em casa! Quem nunca...?
Dia 8 (mais uma vez com ligeiro atraso) A minha parte preferida da noite
Quando os miúdos estão todos na cama, em silêncio (e de preferência já a dormir). Tudo isto ainda se torna mais preferido se acontecer até à hora ideal: 20:30h (raro, raríssimo, e já não acontece há muito tempo) ou, pelo menos, até às 21h.
O primeiro dia da Magia na escola (sexta-feira passada) correu muito bem.
No segundo dia, ontem, na hora de passar da mão do pai para a mão da auxiliar que faz o acolhimento, a Magia chorou e pediu ao Gato que lhe limpasse as lágrimas, o que ele fez, além de lhe dar mais um abraço. A auxiliar deu-lhe colo e o Gato veio-se embora. Claro que assim que o pai desapareceu de vista, a Magia parou de chorar e passou lindamente o resto do dia (já desconfiávamos que era isso que sucederia, e hoje tivemos a confirmação que foi isso que sucedeu).
Hoje, a Magia foi pela mão do pai, muito satisfeita, até chegar ao local da separação e ver a auxiliar aproximar-se. Aí, virou-se para o pai e pediu:
Dia 7 (com umas horinhas de atraso...) As pessoas que são mais importantes para mim
As pessoas que vou indicar não esgotam a lista, mas fazem parte dela: o meu pai (Avô Bruxo) e o Gato Rogério. Escolhi-os porque este post se refere ao dia 7, ontem, e ambos fizeram anos!