As torradas da minha infância
Quando penso nas torradas da minha infância/adolescência (o que acontece sempre que faço torradas cá em casa), não é só o sabor que me vem à memória. Com ele vêm:
- o cheiro que enchia e aquecia toda a casa
- o ruído característico de quem*, com uma faca, raspava as pontas carbonizadas das torradas
- a voz de quem** dizia: "Está alguma coisa a queimar!"
- a visão da manteiga a derreter assim que tocava na superfície da torrada
- os pedidos repetidos de mais torradas
- o bolo que não falhava as tardes de domingo
- o chá que acompanhava o bolo e as torradas, servido muito quente em chávenas bonitas
- os meus avós paternos que nos visitavam nessa altura (e sem a visita dos quais se calhar não haveria chá nem bolo...)
- a série das 19 horas (MacGyver, O Justiceiro, ...)
Por tudo isto, comer uma torrada nunca é só comer uma torrada (até porque eu sou incapaz de comer só uma torrada, havendo mais do que uma à disposição)...
*a minha incansável mãe **o meu inigualável pai
(imagem da net)