How I met your father - Episode 6
Kids,
Depois da conversa com o meu ex-colega e ex-amor (see previous episode), durante esse ano não voltei a ter nenhum interesse amoroso em ambiente escolar. Tinha um interesse amoroso noutro ambiente!
Sempre defendi a fidelidade numa relação, mesmo muito antes de ter um namorado. Para mim é o que sempre fez (e faz) sentido. Mas não posso dizer que, em matéria de gostar e não ser correspondida, tenha sido 100% "fiel"! Isto porque, ao mesmo tempo que gostava de um rapaz, havia por vezes outro que me despertava algum interesse... Passou-se isto com o outro interesse amoroso que referi.
Era um rapaz da comunidade neocatecumenal a que eu pertencia. Para quem não sabe, e explicando de uma forma muito superficial, uma comunidade neocatecumenal é um grupo de pessoas de diferentes idades (a partir dos 14 anos), estados civis, profissões, feitios, classes sociais,... Diferentes em tudo, mas caminhando em conjunto, em Igreja, dentro da Igreja Católica (nunca fora dela) na (re)descoberta do seu Batismo e da sua Fé. Eu caminhei naquela comunidade entre os dezasseis e os trinta e dois anos.
O tal rapaz era dois anos mais novo do que eu, mas bastante maduro para a idade (pelo menos em alguns aspetos). Eu não olhava para ele como se fosse um miúdo e eu muito crescida, como poderia ter acontecido.
Bem, quando ficou esclarecido que o meu primeiro amor era para esquecer, aumentou o meu interesse por este rapaz. Não cheguei a ficar apaixonada como pelo outro, mas ele não me era nada indiferente. Lembro-me de dois fugazes episódios de certa maneira engraçados (para vocês talvez não) que se passaram com ele e com elementos da minha família.
Na comunidade, eram formados grupos para preparar temas bíblicos (simplificando). Os grupos eram sorteados e iam variando. Para preparar os temas ou para alguma celebração especial, reuníamo-nos em casa de algum elemento do grupo. Numa das vezes que o rapaz era do meu grupo, reunimos em minha casa, no único espaço que não perturbaria o resto da minha família: o meu quarto. Quando terminou a reunião, eu acompanhei o jovem até às escadas do meu prédio, fazendo-lhe companhia até a sua boleia (os pais, que também eram da comunidade e tinham estado noutra reunião semelhante) chegar. Sentámo-nos e conversámos.
Mais tarde, já eu estava em casa, o meu irmão Manuel (que chegara entretanto e não sabia o que acontecera anteriormente) quis provocar-me ou deixar-me atrapalhada, fazendo referência, em público, ao facto de eu ter estado com um rapaz à entrada do prédio (era sabido por toda a família que eu não era propriamente muito popular entre os rapazes, e que não tinha namorado). Reação de outros familiares: "E então? Ele esteve cá em casa!". Eu sorri, reparando no ar "não-estava-à-espera-dessa" do Manuel.
O outro episódio, que eu nem sei se não se terá passado nessa mesma noite, envolveu a Matilde. Mas esse contarei noutra oportunidade.