Na mercearia ou Quando não sabem se somos a mãe da criança...
Há uma pequena mercearia no prédio ao lado do nosso, onde vamos com frequência. O dono da mercearia e uma funcionária que entretanto se reformou viram-me grávida da Magia, mas o novo funcionário, um rapaz novo (não sei a idade, mas dou-lhe uns vinte anos), não.
Na sexta-feira, fui à dita mercearia. Levava a Magia no carrinho. Normalmente "estaciono" o carrinho na zona mais ampla da loja, mas estavam a colocar fruta no expositor e, por isso, coloquei o carrinho noutra zona, com um pilar a impedir que a Magia me visse (exceto se passasse por ela para colocar sacos com fruta na bancada) - mas ouvia-me perfeitamente, a loja é muito pequena e não havia mais clientes.
Quando o fornecedor de cerejas (pelo menos) se foi embora, eu podia ter mudado a Magia de sítio, mas não o fiz. Pouco depois a Magia fez umas discretas reclamações e o funcionário (o tal novo, novo) disse que eu podia chegar o carrinho mais para a frente, para ela me ver. Eu respondi que não o fizera para não atrapalhar a passagem (a quem quer que surgisse e precisasse de passar), mas ele, simpaticamente, chegou o carrinho um bocadinho à frente e disse, dirigindo-se à Magia e apontando para mim:
- Olha, vês? Está ali a mãe! Ou é avó?
Eu: Isso não se pergunta! Sou a mãe.
Ele (atrapalhado): Pois não, desculpe!
Nunca me tinha acontecido, mas imagino que, para ele, eu pareça tão velha que já deva ter terminado os meus "childbearing years"...
Esta não sou eu, Ok?
Não tenho tanto cabelo... nem tanto bigode!