Um breve encontro
Na quarta-feira fui às compras, levando a Magia no carrinho. No regresso a casa, vi numa paragem de autocarro um rapaz que identifiquei como meu antigo aluno, com o nome e tudo: Francisco V.
O rapaz ia a passar por mim e eu, que tinha hesitado em dizer alguma coisa, imediatamente me saí com:
- Francisco V.!
Ele olhou para mim, surpreendido por eu saber o seu nome.
Eu: Não sabes quem eu sou?
Ele: Não.
Eu [um bocadinho desiludida, confesso]: Fui tua professora no primeiro e no segundo ano.
Ele, sorrindo: Professora Mimi?
Eu [mais contentinha]: Sim!
Eu: Tu estás igual. Mais crescido, mas com a mesma cara. Eu mudei muito?
Ele: Um bocado.
Eu, meio a rir: Desde que seja para melhor...
Ele riu-se.
Eu: Os teus pais estão bons?
Ele: Sim.
Depois, sem se despedir, o Francisco acelerou o passo e afastou-se, deixando-me com as minhas memórias dos anos em que fui sua professora.
Não foi um aluno fácil. O que num dia funcionava com ele, parecia completamente inadequado e ineficaz no dia seguinte. E fez com cada asneira, ui!... Mas era um miúdo bastante engraçado, por outro lado, e sempre imaginei que devia ser um vizinho encantador e prestável. A grande dificuldade dele era fazer coisas porque tinha de ser...